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Entrevista: o conceito da robótica no ensino sob nova perspectiva

  • Ana Paula Prati
  • 23 de jan. de 2023
  • 4 min de leitura

Atualizado: 12 de jun. de 2023


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Inserida na grade curricular escolar, a Robótica oferece inúmeros benefícios para o aprendizado de crianças e adolescentes, como melhora do raciocínio lógico, criatividade, organização, confiança, coordenação motora, entre outros.


Essa disciplina - não obrigatória - que trouxe uma nova realidade para as escolas, precisa ser desmistificada quanto ao seu conceito.


Para explicar a aplicação da robótica no ensino e o desempenho de professores, alunos e gestores quanto ao seu uso, a entrevista de hoje é com o Coordenador de Projetos na empresa Life Tecnologia Educacional, Raphael Felix. “A robótica não é somente grandes estruturas e nem só um robô humanoide, ela é o conceito de várias ciências em conjunto”.


#1. Quais são suas experiências quanto ao uso da Robótica Educacional?

Minhas experiências de carreira são diversas, dentro e fora da educação. Comecei a lecionar na Escola Alunos Brilhantes, em Indaiatuba, como professor de reforço de Matemática para o Ensino Fundamental no formato ilha, e como professor de robótica e programação, utilizando o Kit Robótica Modelix, MakeBlock e software Scratch.


Trabalhei na SuperGeeks na região de Itu, utilizando a cultura maker como fundamento e a introdução à Robótica e na Escola Lumen como professor para os alunos da Educação Básica utilizando Kit Lego.


#2. Como você iniciou na Life Educacional, empresa parceira da Multimídia Educacional?

Fiz uma entrevista e recebi o convite para integrar a equipe da Life Educacional como Coordenador de Projetos, por ter conhecimento e qualificação técnica na parte de robótica, além da vivência profissional de um professor.


Fui contratado para atuar com os municípios. Eu saí do contato com os alunos e passei a ter contato com professores e gestores das unidades escolares da rede municipal e privada. E hoje desenvolvemos um trabalho junto a empresa da Multimídia Educacional, ligado aos games educacionais e a robótica.


#3. Como funciona a parceria entre a Life Educacional e a Multimídia?

Hoje temos uma parceria voltada para os games educacionais, trilhas e reforços para anos letivos de disciplinas como Matemática, História e Português.


A criação do material é feita pela Multimídia, e a Life atua na distribuição. Com a entrega dos materiais, passamos a desenvolver também o conteúdo próprio nos municípios, com suporte da Multimídia que faz todo o acompanhamento técnico, de manutenção e preditivo.


O meu trabalho com os municípios é de habilitá-los para poderem utilizar a robótica e a gamificação como ferramentas pedagógicas.


#4. Quais mudanças você tem notado nas escolas com a inclusão da disciplina de Robótica?

No desenvolvimento dos alunos da Educação Infantil, encontrei de início um grande déficit de mobilidade das crianças. Já depois das implementações, a criança está acostumada a manejar o celular, o controle, uma parte mais tecnológica, ganhando coordenação motora fina.


Em segunda etapa, toda a parte de lógica é trabalhada. O estudante começa a desenvolver estratégias próprias. O estudante passa a pensar em estratégias, por exemplo, deixar a peça mais organizada para um canto porque ele sabe que irá utilizá-la mais vezes.


Nos dias atuais, as crianças têm as respostas que precisam na tela de um celular. Quando a robótica é aplicada na rotina educacional, eles começam a pensar de outra maneira, de forma organizada, cooperativa e aplicada.


#5. Os alunos entendem essa disciplina como lazer?

Com certeza! Não há aquele pensamento de estudar por obrigação. Na verdade, o pensamento que existe é: “vou estudar porque eu me sinto à vontade, eu gosto e estou feliz”. Para que a robótica seja implementada de uma forma divertida, existe todo um contexto pedagógico por trás e livros didáticos.


#6. Como foi a aceitação dos professores e você tem alguma história que chamou sua atenção para compartilhar?

Todo início de projeto é muito complexo, principalmente para os professores mais antigos, que precisam passar por uma migração. Eu percebi que a dificuldade que os docentes ainda enfrentam é o medo, e não a falta de conhecimento. É o medo de algo que é novo. Depois que a gente transmite confiança e todo o treinamento, os professores passam a aderir mais.


Eu tenho a história dos professores José, de Sumaré, e do Gilmar, de Hortolândia. Ambos são docentes que desenvolveram o projeto de robótica nos municípios e conseguiram construir uma relação de confiança e segurança com os alunos, porque para desenvolver o projeto, não basta o aluno só gostar, ele precisa estar seguro, confiante naquilo que está fazendo.


O José cria projetos com uma certa facilidade que é surreal. Ele já montou embarcações de caravelas, braço hidráulico, catapulta, apenas com o conteúdo que ele tinha. Já o Gilmar executava a robótica à maneira dele, antes do projeto chegar na rede. Ele já fez construções de máquina a vapor, eletromagnetismo - de conceitos técnicos a avançados, e trouxe isso para as crianças do Ensino Fundamental I.





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Raphael Felix — Formado em Mecatrônica Industrial pela Fatec, MBA em Gestão de Projetos pela USP e especialização em Harvard em tecnologia, possui mais de 10 anos de experiência em robótica e programação, no ensino infantil ao adulto. Atualmente é coordenador geral de projetos na empresa Life Educacional, gerencia os projetos de robótica e gamificação em municípios, ministra formações e aperfeiçoamentos nas redes.




 
 
 

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