Entrevista: “Não é só a tecnologia, você tem de ter uma metodologia para usar essa tecnologia”

Se ser professora foi por acaso, hoje, Thais Bassan não sabe o que seria se não fosse docente.

Ela acredita na responsabilidade do professor de moldar o futuro por meio da educação. “Não adianta dizer que a educação move as pessoas, move o mundo, se o professor não se move.

Responsável por formar Gestores Escolares e professores de informática em metodologias ativas e tecnologias educacionais no município de Osasco (SP), nesta entrevista, a profissional explica a importância da educação e tecnologia caminharem juntas no ensino-aprendizagem.

#1. Qual a importância da tecnologia na Educação?

A educação não pode se dissociar da tecnologia, uma vez que nossos estudantes são totalmente tecnológicos.

Para montar uma aula interessante, que envolva o estudante e ele seja o protagonista, a tecnologia é fundamental, seja via aplicativo, lousa digital ou a própria questão da cultura maker. Portanto, se queremos preparar esses estudantes para o futuro, precisamos trabalhar a tecnologia em sala de aula. Mas não é só a tecnologia, você tem de ter uma metodologia para usar essa tecnologia.

#2. Quais são os benefícios e desafios da tecnologia na educação?

Deixar o estudante assumir o protagonismo no aprendizado, ser criativo e buscar soluções são alguns benefícios. O desafio é que isso alcance a todos, principalmente no setor público, e o professor precisa se abrir para o novo.

Além de mediador, nosso papel como educador é estimular o uso da tecnologia para que o estudante trabalhe a criatividade, a colaboração e a resolução de problemas, desenvolvendo habilidades comportamentais.

#3. Como está sendo a experiência de vocês com o Creator4all?

Eu conheci o Creator4all por meio do Programa Conecta Oz. Primeiro recebemos as máquinas, depois, a plataforma - que veio com uma playlist de conteúdos prontos. Em seguida, participamos da formação.

Eu percebi que os professores especialistas (de Inglês, Educação Física e Artes) gostaram e se empolgaram com a plataforma porque puderam criar mais atividades personalizadas, de acordo com a aula deles. Isso é positivo porque traz possibilidades, como de não precisar usar tudo que está pronto ou ficar preso no livro. Já para os professores polivalentes (Português, Matemática, Geografia etc), a playlist que tem é bem rica.

#4. Você considera a plataforma boa, intuitiva?

Sabendo usar essa plataforma, ela é fantástica. Ela proporciona um outro olhar, um olhar mais lúdico ao trazer diferentes elementos.

Algo que achei bem bacana nessa ferramenta é a questão do feedback. Conforme o estudante fazia a atividade eu colocava no meu feedback: “pense bem”, “muito bem”. Assim reforçava uma explicação em cima da resposta.

O professor não precisa corrigir mais o exercício porque a própria plataforma quando ele faz a atividade, já vem com uma devolutiva, com a correção da atividade.

#5. Ensinar matemática via plataforma ficou bem mais dinâmico?

Quando realizei o meu plano de aula para subir na plataforma, fiz de um assunto que geralmente os professores têm dificuldade: frações.

Para facilitar a compreensão do professor e do estudante, adicionei imagens. Uma das dificuldades da matemática é ser visível. Conforme ela vai ficando abstrata, fica difícil entendê-la. Por exemplo, se eu consigo pôr um vídeo, por uma imagem ou outro elemento que complementa as atividades de ligar imagem com a fração, isso facilita no aprendizado.

#6. Você tem alguma experiência para compartilhar?

Teve um caso dos professores que trabalham comigo e que visitaram escolas para dar um suporte tecnológico. Em uma dessas visitas, uma professora de inglês relatou utilizar muito a plataforma para criar as aulas. Ela conseguia incluir formulários do Google para ser trabalhado.

Na plataforma, por conta da integração, você pode misturar vários formatos de conteúdo, como incorporar um formulário, uma imagem, um vídeo, tornando as aulas mais leves e a aprendizagem mais significativa e interessante.

Thais Cristina Lucena Bassan — Mestranda em Tecnologias Emergentes em Educação. Formada em Matemática e Pedagogia, Pós-graduada em Gestão Escolar, Psicopedagogia Clínica e Institucional e Docência do Ensino Superior. Desde 2021 está à frente da Gestão de Inovação Pedagógica e Tecnológica.