Entrevista: aliada à educação, a tecnologia pode transformar vidas
- Ana Paula Prati
- 3 de nov. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 12 de jun. de 2023

Em um mundo cada vez mais globalizado, o conhecimento tecnológico é fundamental e oferece muitas oportunidades para o crescimento profissional e acadêmico de um indivíduo.
Considerando ainda que uma parte da população não tem acesso à internet e aos cursos de qualificação de informática, projetos como o “Programa Informática da Comunidade” da Secretaria Municipal de Cultura de Presidente Prudente, por meio do Infocentro do Centro Cultural Matarazzo e em parceria com a Multimídia Educacional, colaboram na certificação de muitas pessoas.
Para saber sobre o impacto do programa na vida dos cidadãos da região, nesta entrevista, as orientadoras do projeto, Sueli Araújo e Doralice Inácio, explicam como funcionam os atendimentos do Infocentro
#1. Conte um pouco da história e há quanto tempo vocês trabalham no Infocentro?
Sueli: eu nasci em Penápolis (SP) e iniciei o trabalho na Biblioteca Municipal “Doutor Abelardo de Cerqueira César”, no Centro Cultural Matarazzo, há 27 anos. Após dois anos do início do emprego, passei a integrar a equipe do Infocentro, que oferece cursos, computadores e acesso grátis à internet.
Doralice: eu nasci em Presidente Prudente (SP) e também presto serviço para a Prefeitura de Presidente Prudente há 26 anos, sendo nove para o Infocentro do Centro Cultural Matarazzo.
Nossa rotina baseia-se no atendimento ao público, uma vez que a internet é aberta a toda a comunidade, na orientação aos alunos dos cursos da Multimídia Educacional, além do controle das listas de presença e de inscrição de alunos.
#2. Qual a percepção de vocês em relação às pessoas da comunidade quando têm contato com a informática?
De início, eles falam que não possuem conhecimento em informática e que têm medo de fazer o curso por achar difícil. A partir do momento que iniciam o módulo básico, e contam com o nosso suporte, perdem o receio e buscam atingir o objetivo que é aprender e conquistar a certificação.
Os alunos sentem mais dificuldades com o curso de Excel. Eles consideram que o 1º e o 2º módulo são mais difíceis. Por isso, buscamos explicar em linguagem simples para que todos entendam e possam dar continuidade à aprendizagem.
#3. Qual é o perfil do público e como é feita a distribuição das turmas?
De 12 a 70 anos. As pessoas que ingressam no curso não possuem conhecimento específico de informática. Quando o curso é concluído, eles saem preparados, felizes e satisfeitos. A equipe fica muito orgulhosa com a conquista de cada um.
Existem dois tipos de turmas, a de pessoas mais idosas e a outra para os jovens, abrangendo adultos e adolescentes. Cada pessoa faz o curso de acordo com o seu tempo. Ninguém é pressionado!
Cada um assiste sua aula individualmente no computador. Enquanto um faz o curso de Excel, outro faz o de Powerpoint, Digitação etc. Nossa função é acompanhar e sanar as dúvidas dos alunos.
#4. Qual é o procedimento para ter acesso ao programa?
Primeiro, será necessário fazer a inscrição e verificar a disponibilidade do período do curso. A certificação básica dura em torno de seis meses.
Quem tiver finalizado o básico e tiver interesse em fazer o avançado, pode fazer a inscrição. Os jovens costumam fazer os dois e as pessoas mais idosas apenas o básico. Após a conclusão, é entregue o certificado da Secretaria Municipal de Cultura em parceria com a Multimídia Educacional. No geral, em um ano conseguimos formar duas turmas.
#5. Há algum fato curioso que ocorreu nos nove anos no projeto?
Temos uma história emocionante e inspiradora. Já formamos uma pessoa que estava em situação de rua. Ela nos procurou para fazer o curso, com todo receio, achando que seria rejeitada.
Mas ocorreu o contrário, ficamos felizes com o interesse da pessoa e demos todo o suporte. Depois que terminou o curso, o indivíduo prestou o concurso público e, mesmo em situação de rua e com sintomas de depressão, passou em primeiro lugar.
Essa história nos emociona e mostra a importância desses programas sociais para o desenvolvimento da sociedade, contribuindo para melhorar a vida dos cidadãos. Quando chegou aqui, a pessoa não tinha noção de informática, mas aprendeu e, hoje, é concursado.

Sueli Araújo nasceu em Penápolis (SP) e já cursou Enfermagem, mas optou pela área de ensino. Ela trabalha na Biblioteca Municipal Doutor Abelardo de Cerqueira César, no Centro Cultural Matarazzo, há 27 anos, e após dois anos do início, passou a integrar a equipe do Infocentro.

Doralice Inácio presta serviço para a Prefeitura de Presidente Prudente há 26 anos, sendo nove para o Infocentro do Centro Cultural Matarazzo. Trabalha como orientadora de cursos de Informática do local.










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